No dia 17.05 Marcos sentou na cadeira de rodas de passeio. No dia seguinte repetiu a dose. No domingo, 22, a casa estava cheia de amigos e lá veio ele novamente sobre rodas, passeando pela casa. Foi uma beleza!!! Ainda que ele tenha se empolgado demais, feito um esforço enorme e ficado bastante cansado... Também pudera: foram mais de 6 horas sentado.
E a empolgação não parou por aí. Nesse fim de semana Marcos saiu de casa, a passeio!!! Rodou de táxi-acessível e deu super certo. Na reta-guarda los hermanos Angelo, Ricardo e Alexandre. Nessa semana o deslocamento para as consultas no HU e Lucy Montoro será de táxi! A economia será enorme: em torno de 450%. Esperamos não precisar mais de ambulância.
E tudo indica que ele poderá estar presente no nosso futebol neste domingo.
O Clube Nacional nos espera!
segunda-feira, 28 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Bola na rede
A cerveja já está gelando e a turma toda pode começar a se aquecer: vai rolar uma bela pelota!
Dessa vez nosso encontro será no Clube Nacional. Dia de tirar da gaveta a camisa do time do coração. São paulinos, santistas, bugrinos, corinthianos, palmeirenses e demais amantes do futebol, esperamos por vocês. É só chegar! E fiquem à vontade para trazerem os amigos e as crianças.
Quem não tiver time pode usar a camiseta "Todos juntos na máquina do tempo" que estará disponível no dia, somente no tamanho G. As contribuições podem ser feitas no local. Quem não puder ir e quiser colaborar pode fazer um depósito identificado ou transferência bancária na c/c 43819-7 ag 7068-8 Banco do Brasil, em nome de Marta Vitória de Alencar, CPF 178.221.438-08
Até camaradas!
sábado, 7 de abril de 2012
Feijão feijão feijão
10 entre 10 brasileiros preferem feijão!
Um novo encontro vai acontecer. Dessa vez a organização é daqueles amigos das antigas, que viram o Marquinhos crescer.
Uma suculenta feijoada já está sendo preparada. O caldeirão ainda está esquentando e é só botar mais água que sempre cabe mais um. Quer dizer... até atingir a capacidade máxima da casa. Quem quiser participar é só ligar para o Leo e reservar seu lugar: 9319-9532. R$50,00 por pessoa.
O melhor cover d´As Frenéticas cantando "Feijão Maravilha" ganha passe livre na casa da Família Alencar!
Dez entre dez brasileiros preferem feijão
esse sabor bem Brasil
verdadeiro fator de união da família
esse sabor de aventura
famoso Pretão Maravilha
faz mais feliz a mamãe, o papai
o filhinho e a filha
Dez entre dez brasileiros elegem feijão!
Puro, com pão, com arroz
com farinha ou macararrão
macarrão, macarrão!
E nessas horas que esquecem dos seus preconceitos
gritam que esse crioulo
é um velho amigo do peito
Feijão tem gosto de festa
é melhor e mal não faz
ontem, hoje, sempre
feijão, feijão, feijão
o preto que satisfaz!...
No túnel do tempo: na verdade o nome da música é "O preto que satisfaz", de Gonzaguinha. Mas ficou imortalizada quando cantada pelas Frenéticas na abertura da novela "Feijão Maravilha", exibida no ano de 1979, quando Marquinhos tinha apenas 3,5 anos...
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Visitas em casa
Com 21 dias do Marcos em casa a vida da família tem sido um
corre-corre e todos vão dividindo tarefas: uns cuidam do Marcos e outros cuidam
da casa, que, como diz a pequena Isadora, ainda está bagunçada. Vamos arrumando
as coisas aos pouquinhos, dando os últimos retoques na adaptação dessa nova
morada. Mas pôr tudo no lugar vai levar mais tempo... por isso, quem quiser ver
o Marcos é só ir chegando. Marcos adora as visitinhas!!!
Já passaram pela casa: Luciano Berga e Maria, Marinilzes e Augusto. Rod, Aneela e Mariana
Bergel; Lino e Paula. João Guilherme, Antonella, Nelson e Rona. Maurício
Lorenzetti, o pequeno Enzo e Mirella. Malu, Camila, Fábio, Antonio e Ana Teresa.
Rafael Catoto, Fabiana Alencar e o pequeno Leonardo. Xico, Marcão, Pedrinho Souza e Bruno Baracho.
Mas não é só o Marcos que gosta das visitas. A família também fica
super contente. E ficamos tão entretidos que até esquecemos de tirar fotinhos... Na verdade só tiramos das crianças.
Isadora, Enzo e Ana Teresa
Mas antes tarde do que nunca. Ontem registramos a visita de Pedrinho e Bruno. Quem já veio pode voltar que a gente tira foto! Pessoal que foi no Lucy Montoro, sinta-se à vontade para conhecer a casa e rever o Marcos.
Isadora, Enzo e Ana Teresa
Mas antes tarde do que nunca. Ontem r
Marcos, Bruno e Pedrinho com a poderosa requete mata-mosquitos
Quem quiser vir durante a semana, no início da noite é melhor. Isto porque a agenda voltou a ficar um pouquinho cheia, mas não tanto quanto a do Lucy. Desde a semana passada Marcos retomou as sessões de fisioterapia e terapia ocupacional, e tem ficado bem mais animado com elas. Também está recebendo acupuntura. Mas quem estiver por perto, mesmo que seja no meio da tarde, não deve perder a oportunidade. Ainda que ele tenha atividade todos os dias a gente pode sentar e assistir. É bem legal poder ver a evolução dele nos exercícios.
No final de semana, pode ser pela tarde e noite, só não vale a madrugada.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Nova rotina
Não podemos dizer que foi um passeio... O atual quadro do Marcos ainda exige transporte de ambulância. A vantagem é escapar do trânsito maluco da cidade, mas como a saída foi para o Hospital Universitário-USP, que fica juntinho da casa da família Alencar, não dá pra dizer que se economizou muito tempo. Passeios maiores, e de carro, poderão ocorrer depois que a escara tiver desaparecido e ele estiver sentando bem.
Marcos saindo da consulta do HU, já na ambulância
Essa saída foi na quinta-feira, dia 29.03, para uma consulta com a cirurgia plástica. A evolução da cicatrização da escara vem sendo acompanhada pelo Dr. Gustavo Stocchero, que gostou do que viu: a úlcera vem sendo bem tratada, vai sensivelmente diminuindo de tamanho e criando perspectivas para uma intervenção cirúrgica. A tão esperada plástica que tanto ajudará na superação dessa fase chatinha, pois a ferida impede a evolução da reabilitação. Uma próxima avaliação acontecerá daqui um mês e aí vamos ver se sai alguma previsão para a realização da cirurgia.
Alexandre e Ricardo têm assumido os cuidados e estão dando conta do recado super bem. Valentes e resistentes irmãos! 24h de cuidados, sem parada... Fazem todos os procedimentos com maestria, mas temos que contar com a ajuda de cuidadores profissionais para os decúbitos e demais movimentações. Como todos sabem Marcos é um cara grande. Marta tem cuidado da parte burocrática da vida do Marcos, mas também se encarregado de buscar medicação e equipamentos pela cidade e contatar profissionais da saúde para apoiar os meninos. Bárbara se encarregou da fisioterapia e terapia ocupacional. Rui e Ephigênia vão seguindo, firmes e fortes, cuidando da casa, tomando mil providências, apoiando a todos e coordenando a trupe.
Sempre que preciso, a família liga para o Dr. André Sugawara do Lucy Montoro pedindo orientações a respeito das condutas e ações que precisam ser tomadas. O quadro do Marcos ainda é delicado: ainda oscilações de temperatura, própria de um lesado medular, e dias de dor. Na verdade, as dores nos ombros e braços são contínuas e cada vez que alguém põe a mão no braço do Marcos, ele reclama. Estamos até pensando em fazer outra camiseta, dessa vez com a inscrição "Pega no meu pé". Quem sabe lendo o aviso a gente consegue segurar nossa mãozinha pesada.
Há ainda outros acompanhamentos médicos. Terça, 10.04, Marcos passará por consulta na Ortopedia-HC, para monitoramento da cervical. Pra tratar dessa dor persistente conseguimos encaminhamento para o Grupo de dor-HC, para o mesmo dia. Maratona hospitalar!!! Mais um passeio de ambulância, mas agora em longa distância...
Marcos saindo da consulta do HU, já na ambulância
Essa saída foi na quinta-feira, dia 29.03, para uma consulta com a cirurgia plástica. A evolução da cicatrização da escara vem sendo acompanhada pelo Dr. Gustavo Stocchero, que gostou do que viu: a úlcera vem sendo bem tratada, vai sensivelmente diminuindo de tamanho e criando perspectivas para uma intervenção cirúrgica. A tão esperada plástica que tanto ajudará na superação dessa fase chatinha, pois a ferida impede a evolução da reabilitação. Uma próxima avaliação acontecerá daqui um mês e aí vamos ver se sai alguma previsão para a realização da cirurgia.
Alexandre e Ricardo têm assumido os cuidados e estão dando conta do recado super bem. Valentes e resistentes irmãos! 24h de cuidados, sem parada... Fazem todos os procedimentos com maestria, mas temos que contar com a ajuda de cuidadores profissionais para os decúbitos e demais movimentações. Como todos sabem Marcos é um cara grande. Marta tem cuidado da parte burocrática da vida do Marcos, mas também se encarregado de buscar medicação e equipamentos pela cidade e contatar profissionais da saúde para apoiar os meninos. Bárbara se encarregou da fisioterapia e terapia ocupacional. Rui e Ephigênia vão seguindo, firmes e fortes, cuidando da casa, tomando mil providências, apoiando a todos e coordenando a trupe.
Sempre que preciso, a família liga para o Dr. André Sugawara do Lucy Montoro pedindo orientações a respeito das condutas e ações que precisam ser tomadas. O quadro do Marcos ainda é delicado: ainda oscilações de temperatura, própria de um lesado medular, e dias de dor. Na verdade, as dores nos ombros e braços são contínuas e cada vez que alguém põe a mão no braço do Marcos, ele reclama. Estamos até pensando em fazer outra camiseta, dessa vez com a inscrição "Pega no meu pé". Quem sabe lendo o aviso a gente consegue segurar nossa mãozinha pesada.
Há ainda outros acompanhamentos médicos. Terça, 10.04, Marcos passará por consulta na Ortopedia-HC, para monitoramento da cervical. Pra tratar dessa dor persistente conseguimos encaminhamento para o Grupo de dor-HC, para o mesmo dia. Maratona hospitalar!!! Mais um passeio de ambulância, mas agora em longa distância...
sábado, 17 de março de 2012
De volta ao lar
Enfim, um ciclo se fechou. Marcos teve alta e está em casa desde ontem. Foram 79 dias de hospital. Um tempão!!! Demorou... para nós e para ele também. Desde sua chegada em São Paulo estamos correndo com a adaptação da casa, mas para isso, o tempo foi curto. Reforma! A gente sabe quando começa, mas pra acabar... Como diz Isadora, "a casa está uma bagunça" e as visitas vão ter que esperar um pouquinho...
terça-feira, 13 de março de 2012
Todos Juntos na Máquina do Tempo
No dia 2 de março os amigos de Guarulhos realizaram um encontro de encher o coração de energia. Partilhamos com todos as alegrias e nossa imensa gratidão!
Ufaaa!!! Encontro de
Guarulhos realizado!!
Quando começamos a organização nos surpreendemos com a
facilidade para conseguir tudo o que precisávamos. Impressionante como, absolutamente, todas as
portas se abriram! A quantidade de
doações recebidas, a facilidade com que as pessoas doavam seu trabalho (todos
os músicos, a equipe e o equipamento de som, o mestre de cerimônia, a filmagem,
as fotos, os banners... enfim, todos).
Os elos foram ganhando corpo e finalmente a corrente pró Marcos se
materializou.
Para o grupo que organizou o evento, a ajuda de um batalhão
que compareceu na AABB de Guarulhos no dia 02 de março, foi fundamental. Pessoas que não puderam participar da
organização, no dia arregaçaram as mangas e trabalharam feito loucos, para que
tudo funcionasse bem. Se formos nomear
todos os colaboradores, correremos o risco de esquecer alguém, o que seria
imperdoável. Portanto, fica aqui o
agradecimento deste grupo a todos os amigos que se irmanaram na realização
desse evento.
Tudo isso, nada mais é do que o resultado do jeitão de ser
do Marcos. A bondade e generosidade
dessa criatura só poderiam gerar essa reação nas pessoas. A vida sempre te retorna o que você dá. É simples assim!
Uma noite de sexta-feira especial! Tão especial que, apesar das ameaças na parte
da tarde, não choveu. Todas as gotas
foram desviadas para outros lugares.
Ainda bem que Ephigenia, Marta, Daniel, a pequerrucha Isadora e o
Alexandre chegaram mais cedo, antes de desabar o mundo em Sampa (o Rui já
estava por aqui). A presença da família,
do Marcos foi nossa “cereja do bolo”.
Poder saber de detalhes sobre o estado do nosso amigo, poder dar aquele
abraço carregadinho de energia, poder sentir o carinho deles com todos... Ah...
Isso não tem preço!!
Uma noite especial, quando a amizade e a fraternidade
falaram mais alto:
A noite em que o Marcos virou música!!
segunda-feira, 12 de março de 2012
Retornando para o Lucy
Foram 6 dias no HC e mais uma bateria de exames. Para nossa tranquilidade, a avaliação final do médicos indicou que não haveria necessidade de uma nova cirurgia na cervical. Em Santarém foi feito o que precisava ser feito. Está tudo no lugar e sem inflamação. Marcos voltou para o Lucy e deve ficar por lá mais essa semana. Não sabemos exatamente o dia, mas em breve ele estará retornando para casa. É só o tempo da família aprender a fazer o curativo da úlcera, que vai cicatrizando muito bem.
Essa foto foi tirada na saída do HC. Marcos continua tirando sarro!
Essa foto foi tirada na saída do HC. Marcos continua tirando sarro!
sexta-feira, 9 de março de 2012
No HC
Este fim de semana, Marcos não estará no Lucy Montoro. Desde
4ªf ele está no Pronto Socorro da Ortopedia do HC. Ontem fez um mês que chegou de Santarém e durante todo
esse período passou por várias baterias de exames que buscavam rastrear a causa
da incessante febre que o tem acompanhado desde o trauma.
É possível que ao longo desses 72 dias a causa da febre
tenha variado. Até aqui, foram muitos os obstáculos e Marcos tem vencido cada
um deles. Todos os exames que haviam sido feitos em Santarém foram repetidos no
Lucy. A cada novo resultado, uma ausência de resposta para a febre. Na 6ªf
passada foi feita nova ressonância da cervical. A última já tinha um mês. Esse novo
exame aponta para uma possível complicação e é por essa razão que Marcos está lá no HC, passando pela
avaliação de uma junta médica e aguardando leito. Talvez tenha que passar
por nova cirurgia.
Quanto à escara, na semana passada Marcos passou por
avaliação de diferentes cirurgiões plásticos e todos foram unânimes em afirmar
que é preciso aguardar a evolução do processo de cicatrização, até chegar no
ponto em que a intervenção cirúrgica possa ser realizada com sucesso. A úlcera
dele é grande e teremos que aguardar mais uns três meses. Só depois de vencida
essa etapa é que Marcos poderá se dedicar integralmente à reabilitação.
Da reabilitação temos progressos. Marcos levanta e sustenta
os braços, cumprimenta com as mãos, dá uma coçadinha no olho e já faz movimentos
simulando o uso de garfo e copo. É emocionante! Esses momentos demonstram que o ritmo da estabilização de
seu corpo é contínuo, ainda que lento. Há intercorrências, mas elas serão superadas, com o tempo.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Lucy, 611
Toc, toc. A maçaneta gira e abre-se a porta da máquina do tempo. Quando a gente passa para dentro, passa também a saudade: depois de 43 longos dias longe de casa, nosso querido Marcos está de volta, por perto de novo, recebendo a visita da família e amigos no quarto 611 do Instituto de Reabilitação Lucy Montoro, em São Paulo.
O cenário mudou bastante, mas a rotina não: como em Santarém, Marcos segue trabalhando o corpo várias vezes por dia, com mudanças constantes de decúbito e sessões intensivas de fisioterapia e terapia ocupacional. Ficar sentado, com as pernas para baixo, ainda é um esforço danado. Mas aos poucos ele vai ganhando resistência, ficando cada vez melhor nos exercícios que o preparam para permanecer com conforto na cadeira de rodas.
E isso tudo ainda é uma etapa preparatória: desde sua chegada em São Paulo, Marcos está vivenciando o primeiro estágio de um longo processo de adaptação, até que possa começar de fato a usufruir de toda a estrutura e equipamentos oferecidos pelo Lucy Montoro. Ele tem passado por uma bateria de testes e exames, para que os médicos possam definir um prognóstico mais preciso para o seu caso. Um ponto crítico no estado clínico do Marcos continua sendo a escara nas suas costas. Ele deverá passar por uma cirurgia plástica que fechará de vez a ferida, mas é preciso que a cicatrização evolua até o ponto ideal para a intervenção cirúrgica. Com um problema a menos para o corpo se preocupar, a expectativa é que Marcos tenha melhores condições físicas para concentrar todas as suas energias, exclusivamente, no seu processo de reabilitação motora.
Enquanto isso, sua agenda segue lotada. O entra-e-sai da equipe é constante. Às vezes, até cansa. Mas Marcos segue firme. E agora, com uma novidade: todos os dias, tem visita!
Podem subir ao quarto no máximo três pessoas por vez. Por isso, é comum que se organize na portaria do Lucy Montoro uma pequena lista de espera, por ordem de chegada. Outra questão é que muitas vezes surge algum exame ou procedimento de enfermagem que o Marcos precisa fazer justamente no horário de visita. Por uma razão ou outra, há, portanto, sempre algum risco, todos os dias, de que o Marcos não possa receber-nos. Geralmente, não acontece, tudo funciona bem. Mas caso algum impedimento venha a ocorrer, desde já, contamos com a compreensão antecipada de todos.
O importante agora é estarmos juntos. E aproveitar que Marcos está por perto de novo. A presença dos parentes e amigos fortalece demais nosso "fortaleza". Traga sua saudade para cá. Durante a semana, as visitas são permitidas das 16h às 18h. Aos sábados, domingos e feriados, o período é maior: das 14h às 18h. Mas é melhor chegar no início do horário. Enquanto alguns passam algum minutos no 611 outros tantos põem a conversa em dia na grande e aconchegante sala da recepção do Lucy Montoro.
Clique aqui para saber o endereço. E sejam todos muito bem-vindos à máquina do tempo!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
De Santarém a São Paulo
Foram 43 longos dias. Demorou, mas Marcos chegou. Aterrizou em Congonhas às 16h20 do dia 08 de fevereiro e de lá seguiu direto para o Instituto de Reabilitação Lucy Montoro, seu mais novo pouso, que acaba de acolhê-lo. Rui cumpriu sua missão. Transbordando de contentamento, Ephigênia pôde enfim reencontrar seu filho caçula. Bárbara, Malu e Ângelo retornarão em breve para casa.
A viagem foi bastante cansativa para o Marcos. Ele deve precisar de algum tempo para se restaurar. Além disso, ainda não tivemos tempo para conversar com o médico responsável no Lucy Montoro para receber dele orientações sobre as visitas.
Contamos com um pouco mais de paciência de todos. Essa é uma questão que exigirá organização da nossa parte e deve ser pautada pelas condições de saúde do Marcos. Oportunamente, daremos notícias de como e quando serão feitas as visitas.
Enquanto isso, vamos todos comemorar. Um capítulo importante de uma vida nova começa agora: nosso querido Marcos, finalmente, voltou para casa!
A viagem foi bastante cansativa para o Marcos. Ele deve precisar de algum tempo para se restaurar. Além disso, ainda não tivemos tempo para conversar com o médico responsável no Lucy Montoro para receber dele orientações sobre as visitas.
Contamos com um pouco mais de paciência de todos. Essa é uma questão que exigirá organização da nossa parte e deve ser pautada pelas condições de saúde do Marcos. Oportunamente, daremos notícias de como e quando serão feitas as visitas.
Enquanto isso, vamos todos comemorar. Um capítulo importante de uma vida nova começa agora: nosso querido Marcos, finalmente, voltou para casa!
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Um sincero agradecimento
A notícia de que Marcos estava internado no Pará, conveniado pelo SUS,
pode despertar na cabeça de quem está longe aquele falso imaginário popular que
diz que a Amazônia é só floresta e que os hospitais públicos são todos uma
calamidade. Mas não é o caso do Hospital Regional do Baixo Amazonas.
Localizado em Santarém, a segunda maior cidade do Pará e uma das maiores da região
Norte do país, o Hospital Regional é um centro de referência no Estado, que reúne boas
condições para atender ocorrências variadas, de média e alta complexidade. O
neurocirurgião Erik Jennings, responsável pelo caso do Marcos, é também o
diretor técnico do HRBA. Consultados pela família Alencar em São Paulo, vários
médicos e especialistas foram unânimes em reconhecer a qualidade do Hospital e
a competência e experiência do Dr. Jennings no que se refere ao tratamento de
lesões medulares.
Bastante novo, o Hospital inaugurado há 6 anos vem crescendo
e se modernizando rapidamente, mas ainda tem suas limitações, é claro.
Limitações que são reconhecidas pelo próprio Dr. Jennings, mas que
progressivamente vão sendo trabalhadas. Nas nossas conversas, Jennings destacava
uma coisa que nos tocou: dizia-nos que Marcos é um paciente diferenciado, que
participa ativamente do tratamento, fazendo críticas, opinando e dando idéias e
sugestões para melhorar certos procedimentos clínicos. Segundo ele, com essa
postura atenta e cooperativa, incomum entre a maioria dos pacientes, Marcos
deixava bons aprendizados para toda a equipe, e podemos dizer, criava laços, num
momento bastante importante para o Hospital: depois de um criterioso processo de avaliação externa, o HRBA recebeu em janeiro um certificado de qualidade da Fundação Carlos Vanzolini que o coloca na categoria dos melhores hospitais do país (leia mais aqui).
Marcos foi testemunha dessa importante conquista. E beneficiou-se com o trabalho de profissionais sensíveis ao seu caso e comprometidos com a busca por excelência no atendimento.
Marcos foi testemunha dessa importante conquista. E beneficiou-se com o trabalho de profissionais sensíveis ao seu caso e comprometidos com a busca por excelência no atendimento.
É por essas e outras (pela competência do Dr. Jennings e pela qualidade
do Hospital que ele dirige) que a família Alencar, numa decisão tomada junto
com Marcos, decidiu não ceder à ansiedade e optou por permanecer em Santarém até
que Marcos estivesse pronto para voar para São Paulo. Todo o esforço era para
que Marcos voltasse para casa em segurança, sem riscos. Como de fato, finalmente, aconteceu.
Nossos agradecimentos ao Dr. Erik Jennings não findam. Um médico que com
dedicação acompanhou seu paciente até a aeronave que o traria de volta e ali
permaneceu até a decolagem, cuidando dos últimos encaminhamentos, fazendo os
últimos contatos para garantir que sua chegada a São Paulo fosse finalizada
dentro das melhores condições. Nosso agradecimento também vai para o Estado do
Pará e para o Ministério da Saúde, que viabilizaram o transporte aéreo adequado às delicadas exigências do caso.
Agradecimentos especiais também aos fisioterapeutas, aos enfermeiros e técnicos de enfermagem, em especial à "Equipe 10". Por conta de todos estes profissionais, não temos dúvida em dizer: foi no Hospital Regional do Baixo Amazonas que Marcos recebeu os melhores cuidados para começar a estruturar sua nova vida.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Um mês
Já se passou um mês desde que Marcos saiu do Rio Tapajós para
uma vida nova. Um longo mês, contado num tempo diferente: o tempo da máquina do
tempo. Mais que tudo, foi um mês de muita persistência e paciência.
A volta para casa, evidentemente, gera grandes ansiedades e
expectativas, para todos. Em relação a isso, o que se pode dizer é que todas as
providências necessárias estão sendo bem encaminhadas.
Essa movimentação da família e amigos já surtiu um resultado
concreto e significativo: uma vaga para o Marcos no Instituto Lucy Montoro - centro
de referência na reabilitação de traumas motores. Assim que aterrisar na capital
paulista, Marcos vai contar com um dos melhores tratamentos disponíveis no país
para pessoas com necessidades físicas como as suas. Essa é uma conquista
importante. Uma das melhores novidades dos últimos dias.
No entanto, antes de acolher uma transferência, o Lucy Montoro
exige que a família disponibilize alguém que reúna condições (físicas e
psicológicas) para acompanhar o paciente em tempo integral durante a
reabilitação. Ricardo (irmão do meio) retornou de Santarém para São Paulo essa
semana, justamente para se submeter à essa avaliação criteriosa do Instituto.
Foi aprovado para assumir a função de cuidador. No Lucy, Ricardo passará por um
processo intensivo de formação e retransmitirá à toda família as orientações por
ele recebidas, para que todos possam cuidar do Marcos. O posto que Ricardo
ocupava em Santarém foi imediatamente assumido por Ângelo, um grande amigo que
acaba de desembarcar no Baixo Amazonas para passar os próximos dias dando uma
força para o Marcos.
Quanto ao transporte, o corpo médico e administrativo do
Hospital Regional de Santarém tem trocado papéis e telefonemas com a Secretaria
de Saúde do Estado de São Paulo.
A máquina do tempo tem vários tempos... Assim, há o tempo da burocracia
e, simultâneo a ele, há o tempo do corpo. Os médicos são firmes quando dizem
que o retorno do Marcos só acontecerá quando seu quadro clínico estiver
estabilizado. Portanto, amigos, não há previsão para seu retorno. A distância é
longa e a viagem é cansativa. Marcos vai se preparando, no seu ritmo. Seu corpo
e sua mente continuam trabalhando com afinco, sem tréguas. A fisioterapia segue
intensiva.
Os antibióticos haviam sido suspensos para analisar a resistência
do sistema imunológico. Mas logo a febre, que vinha cessando, ressurgiu. Um
exame já identificou a causa: uma bactéria branda que se intrometeu pelas
costas, através da ferida no cóccix, que ainda cicatriza. O procedimento foi
logo retomar os antibióticos e a febre parece que vai cedendo.
Outro sintoma que precisou de tratamento foi uma anemia,
controlada com uma transfusão de sangue. Foram duas bolsas de muita energia! De
agora em diante, a taxa de hemoglobina continuará sendo monitorada.
Um bom sinal é que o sono do Marcos vai ficando cada vez mais
longo e profundo. Do descanso ele traz mais disposição. E mais disposto, aos
poucos, vai se recompondo do primeiro mês de sua nova vida.
Tivemos um mês bastante difícil, que demorou mais que outros
talvez, por ser contado num tempo diferente: o tempo da máquina tempo. Um mês
que exigiu muita persistência e paciência, mas que, inevitavelmente, como todo
mês, veio para passar!
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Show "Marcos na Máquina do Tempo"
A fortaleza segue crescendo...
Os amigos de Guarulhos estão preparando um grande encontro para o próximo dia 02 de março, sexta-feira, às 19h. Será um momento de festa e celebração pela saúde de nosso querido Marcos. Muita gente, muita energia e alegria! Todos juntos na torcida por sua recuperação. O espaço é grande e vai caber todo mundo. Haverá comes e bebes e o show fica por conta de Rosane e o Bando, Edson Frank, Deck RockMusic e Snake Venom.
Quem quiser marcar presença pode adquirir o convite por R$20 entrando em contato com Kátia Lima, Maria Izabel Alves Ribeiro, Marisa Leal de Araújo, Maxwell Chagas, Natalia Privatti, Sehira Cunha, Selma Martini, Sérgio Zimke ou com Rosemari Gomes pelo (11) 9955-5039.
Local: AABB de Guarulhos - Av. Salgado Filho, 2973. Vl. Rio de Janeiro.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Rifa
Depois da feijoada solidária e do chopp beneficente que levantaram fundos e reuniram pessoas em apoio ao Marcos, dessa vez a campanha de doações ganha uma força da Tayra Vasconcelos, que está organizando uma rifa para sortear um copo e uma garrafa de uísque Jack Daniel's.
Cada número está sendo vendido a R$ 20. A meta é vender 100 números e arrecadar R$ 2 mil com a iniciativa.
Entre em contato com a Tayra (clique aqui) para comprar o seu número. Divulgue a rifa entre os seus amigos. E vamos todos participar deste genoroso brinde à saúde do Marcos.
Chopp do Fetu
Por Rogério Zé
Foi um dia quente esse 19 de janeiro. Calor. Céu parcialmente encoberto. Choveu um pouquinho durante o dia. Um pingo aqui, outro ali, a despeito do céu ameaçador. De sacanagem, a grande chuva foi despencar mesmo às 8 da noite – claro, horário que coincidia com a festa que armamos pelo Fetu. Em duas horas de trabalho árduo de São Pedro, a avenida Sumaré virou Veneza.
Inacreditável foi o fato de mais de 50 pessoas terem chegado à Casa Bartira – 40 delas, durante o dilúvio, sem a carona de Noé. Por pura incompetência jornalística, deixei de fotografar suas gôndolas. Chegar lá de outro jeito soava uma aventura interplanetária.
O Gui Maués foi o portador das últimas notícias, detalhes e expectativas. Enquanto ele nos contava tudo o que se passa por lá, o telefone não parou. “Estou ilhado”, disseram muitos. Esse aparelhinho sem fio que habita nosso bolso testemunhou que, de espírito, estavam todos ali. Do mesmo jeito que estamos todos, de alguma forma, em Santarém.
Pelo Fetu, pela Babi, por sua família, dissiparam-se sorrisos. O assunto é sério, mas o carinho é leve. As fotos testemunham que ajudamos com alegria. Força Fetu!
Foi um dia quente esse 19 de janeiro. Calor. Céu parcialmente encoberto. Choveu um pouquinho durante o dia. Um pingo aqui, outro ali, a despeito do céu ameaçador. De sacanagem, a grande chuva foi despencar mesmo às 8 da noite – claro, horário que coincidia com a festa que armamos pelo Fetu. Em duas horas de trabalho árduo de São Pedro, a avenida Sumaré virou Veneza.
Inacreditável foi o fato de mais de 50 pessoas terem chegado à Casa Bartira – 40 delas, durante o dilúvio, sem a carona de Noé. Por pura incompetência jornalística, deixei de fotografar suas gôndolas. Chegar lá de outro jeito soava uma aventura interplanetária.
O Gui Maués foi o portador das últimas notícias, detalhes e expectativas. Enquanto ele nos contava tudo o que se passa por lá, o telefone não parou. “Estou ilhado”, disseram muitos. Esse aparelhinho sem fio que habita nosso bolso testemunhou que, de espírito, estavam todos ali. Do mesmo jeito que estamos todos, de alguma forma, em Santarém.
Pelo Fetu, pela Babi, por sua família, dissiparam-se sorrisos. O assunto é sério, mas o carinho é leve. As fotos testemunham que ajudamos com alegria. Força Fetu!
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Feijoada solidária
![]() |
Fotos de Gustavo Amigo e Lucas Pelatti |
Entre as inúmeras demonstrações de carinho e apoio que vem sendo recebidas pelo Marcos, uma das primeiras manifestações organizadas, que apareceu como uma resposta positiva e quase imediata à notícia do acidente, foi um encontro promovido pelas Blogueiras Feministas, um grupo de ativistas (efetivo ativismo, como se vê) do qual Barbara, companheira do Marcos, faz parte.
As feministas (e "os" feministas, já que o grupo é formado por mulheres e homens) organizaram uma concorrida feijoada no dia 15 de janeiro, em São Paulo. A repercussão foi impressionante: no dia 10, cinco dias antes do evento, todos os 50 convites já haviam sido vendidos.
A renda gerada pelos ingressos e todas as doações espontâneas que foram recebidas (vários objetos, por exemplo, serão rifados pela Internet), tudo será doado para o Marcos.
Além das contribuições materiais, a feijoada serviu também para que se arrecadassem depoimentos e mensagens de apoio. Assista ao vídeo. E leia também o relato (completo e sensível) que a Cecília Santos escreveu sobre o encontro. Leia aqui.
A iniciativa das Blogueiras Feministas serve como exemplo e inspiração para esse movimento de solidariedade que vem se fortalecendo. Cada vez mais gente tem aparecido para dar uma força pro Marcos. Assim é que queremos e precisamos. A rede só cresce: vamos botar água no feijão!
Mais uma semana
Mais uma semana. E a máquina do tempo segue bem, movida à força de vontade.
Nos últimos dias, o Marcos não deu mole para aqueles três desafios que se colocaram à sua frente desde a cirurgia (lembremos: a melhora da capacidade respiratória, o risco de infecção hospitalar e a ferida nas costas). Os obstáculos vão ficando pequenos diante do tamanho da fortaleza...
A chiadeira no peito já havia cessado. E não voltou mais. As sessões intensivas de fisioterapia e as constantes inalações surtiram efeito: os pulmões estão limpos de secreção. E a musculatura toráxica, aos poucos, se tonifica.
Com um sensor preso ao dedo, Marcos vai fornecendo informações para um aparelhinho que mostra tudo num pequeno monitor ao lado do leito. Não precisa ser médico pra entender: no começo, os números ficavam no limite do padrão de normalidade, que começa na faixa dos 90 (o dele ficava em 91, 92, no máximo). De uma semana para cá, no entanto, o tal do oxímetro (que, como o nome diz, mede o fluxo de oxigênio no corpo) está sempre marcando 98, 99. E não raro, arredonda em três digítos pra dizer que o Marcos já está usufruindo de 100% da sua capacidade respiratória.
É preciso frisar que essa medição é feita com o Marcos sempre em repouso. Os músculos do tórax foram afetados pela lesão medular. A respiração dele agora é sustentada principalmente pelo diafragma. Por isso, a apreensão quanto a este assunto. E também a comemoração por conta da estabilidade que ele conquistou nos últimos dias.
Da mesma forma, vai sendo superada também a segunda frente de batalha: o termômetro eletrônico não apita mais como antes. A febre deu uma trégua. A temperatura do Marcos baixou ao patamar dos 36, 37 e pouquinho. E parece que baixou para ficar. Confiantes, os médicos acharam que era hora de suspender os antibióticos. Seguimos todos atentos, monitorando os graus celsius de agora em diante. E confiantes de que os glóbulos brancos estejam bem dispostos, guardando a fortaleza. Que o Marcos siga assim: com o corpo fechado para as infecções.
O terceiro grande desafio da vez, a ferida no cóccix, também vai deixando de ser tão grande assim. Depois de um procedimento cirúrgico que limpou a escara, foi iniciado um tratamento com uma pomada à base de papaína, um cicatrizante bastante eficiente. De fato, o machucado já começa a sarar, a ferida vai fechando bem. E, além disso, muito importante: não apareceram novas escaras.
Nessa parte, tem sido decisiva a ação coordenada e disciplinada de virar o Marcos de lado, a cada duas horas. É sempre um momento delicado, que exige atenção para vários detalhes (não pode haver pressão no pescoço; o lençol deve estar sem dobras para não marcar a pele; a sonda deve sair de um lado para o outro da cama; a almofada de gel tem que ficar bem posicionada no quadril; os pés e braços tem que ficar bem apoiados, etc, etc...). Vez ou outra, ele reclama das dores nos ombros, por conta do tempo que ele fica sobre os braços, e distribui umas broncas durante a viração. Mas é tudo sempre numa boa: Marcos continua do mesmo jeito, com o seu conhecido e cativante senso de humor.
Essas constantes mudanças de decúbito exigem jeito e força (o homem é grande!) por parte da equipe de apoio do Marcos. Uma equipe que se renovou bem nos últimos dias: desde a segunda-feira passada, contamos com os serviços do técnico de enfermagem Charles, que veio para compor a dupla com o Thiago (um fica de dia e o outro, de noite). A família também se reveza nos turnos, e nessa equipe também houve mudanças: a Marta (irmã) e o Antonio Lino (amigo) voltaram para São Paulo. No lugar deles, chegaram o Alexandre (irmão) e a Malu (sogra). O Rui (pai), o Ricardo (irmão) e a Babi (companheira) seguem firmes e fortes em Santarém.
(A família quer aproveitar o espaço para agradecer publicamente por todo apoio, carinho, amor e força que Antonio Lino dedicou nesses 15 dias que passou ao lado do Marcos. Juntos, transpuseram barreiras. Antonio Lino partilhou com a família a serenidade de que Marcos precisava. Todos aprendemos muito com ele e guardamos nossa eterna gratidão).
Além da disposição dessa turma toda para o cuidado, cada um que chega traz novos apetrechos para melhorar o conforto e o bem-estar do Marcos. São algumas coisas que percebemos que podem fazer diferença. O Alexandre, por exemplo, trouxe um monte de almofadas de apoio e um colchão anti-escaras super moderno: o colchão tem até motor! Trata-se de um compressor de ar, que enche e esvazia camadas de ar, de maneira alternada, do estofado sobre o qual Marcos fica deitado. Esse colchão favorece a circulação sanguínea e diminui o risco de aparecerem feridas pelo corpo.
Além disso, Marcos também está ganhando bons cafunés: arrumamos um mini-massageador que temos usado na cabeça, pescoço e nos ombros. É bem leve e dá uma boa relaxada. Ele adora o aparelhinho. Juntando com o colchão motorizado, é massagem 24 horas por dia!
(Importante lembrar que todos esses acessórios médicos, além da contratação dos técnicos de enfermagem e da estadia dos acompanhantes em Santarém, tudo, sem exceção, está sendo viabilizado pelas doações que vem sendo feitas pelos parentes e amigos. Isso tem feito toda a diferença. O Marcos e toda a família, mais uma vez, agradecem).
O quadro de melhorias é promissor. Por conta dos recentes avanços, o médico responsável pelo caso do Marcos, o Dr. Erik Jennings, já acionou a burocracia do Hospital para começar a bater carimbo na papelada referente à sua transferência para São Paulo. Já existe uma vaga no Hospital e Centro de Reabilitação Lucy Montoro garantido, esperando pelo Marcos. O transporte aéreo também está sendo providenciado. Se tudo correr bem, nos próximos dias teremos uma definição mais precisa (quem sabe até uma data) sobre este tão aguardado retorno.
Nos últimos dias, o Marcos não deu mole para aqueles três desafios que se colocaram à sua frente desde a cirurgia (lembremos: a melhora da capacidade respiratória, o risco de infecção hospitalar e a ferida nas costas). Os obstáculos vão ficando pequenos diante do tamanho da fortaleza...
A chiadeira no peito já havia cessado. E não voltou mais. As sessões intensivas de fisioterapia e as constantes inalações surtiram efeito: os pulmões estão limpos de secreção. E a musculatura toráxica, aos poucos, se tonifica.
Com um sensor preso ao dedo, Marcos vai fornecendo informações para um aparelhinho que mostra tudo num pequeno monitor ao lado do leito. Não precisa ser médico pra entender: no começo, os números ficavam no limite do padrão de normalidade, que começa na faixa dos 90 (o dele ficava em 91, 92, no máximo). De uma semana para cá, no entanto, o tal do oxímetro (que, como o nome diz, mede o fluxo de oxigênio no corpo) está sempre marcando 98, 99. E não raro, arredonda em três digítos pra dizer que o Marcos já está usufruindo de 100% da sua capacidade respiratória.
É preciso frisar que essa medição é feita com o Marcos sempre em repouso. Os músculos do tórax foram afetados pela lesão medular. A respiração dele agora é sustentada principalmente pelo diafragma. Por isso, a apreensão quanto a este assunto. E também a comemoração por conta da estabilidade que ele conquistou nos últimos dias.
Da mesma forma, vai sendo superada também a segunda frente de batalha: o termômetro eletrônico não apita mais como antes. A febre deu uma trégua. A temperatura do Marcos baixou ao patamar dos 36, 37 e pouquinho. E parece que baixou para ficar. Confiantes, os médicos acharam que era hora de suspender os antibióticos. Seguimos todos atentos, monitorando os graus celsius de agora em diante. E confiantes de que os glóbulos brancos estejam bem dispostos, guardando a fortaleza. Que o Marcos siga assim: com o corpo fechado para as infecções.
O terceiro grande desafio da vez, a ferida no cóccix, também vai deixando de ser tão grande assim. Depois de um procedimento cirúrgico que limpou a escara, foi iniciado um tratamento com uma pomada à base de papaína, um cicatrizante bastante eficiente. De fato, o machucado já começa a sarar, a ferida vai fechando bem. E, além disso, muito importante: não apareceram novas escaras.
Nessa parte, tem sido decisiva a ação coordenada e disciplinada de virar o Marcos de lado, a cada duas horas. É sempre um momento delicado, que exige atenção para vários detalhes (não pode haver pressão no pescoço; o lençol deve estar sem dobras para não marcar a pele; a sonda deve sair de um lado para o outro da cama; a almofada de gel tem que ficar bem posicionada no quadril; os pés e braços tem que ficar bem apoiados, etc, etc...). Vez ou outra, ele reclama das dores nos ombros, por conta do tempo que ele fica sobre os braços, e distribui umas broncas durante a viração. Mas é tudo sempre numa boa: Marcos continua do mesmo jeito, com o seu conhecido e cativante senso de humor.
Essas constantes mudanças de decúbito exigem jeito e força (o homem é grande!) por parte da equipe de apoio do Marcos. Uma equipe que se renovou bem nos últimos dias: desde a segunda-feira passada, contamos com os serviços do técnico de enfermagem Charles, que veio para compor a dupla com o Thiago (um fica de dia e o outro, de noite). A família também se reveza nos turnos, e nessa equipe também houve mudanças: a Marta (irmã) e o Antonio Lino (amigo) voltaram para São Paulo. No lugar deles, chegaram o Alexandre (irmão) e a Malu (sogra). O Rui (pai), o Ricardo (irmão) e a Babi (companheira) seguem firmes e fortes em Santarém.
(A família quer aproveitar o espaço para agradecer publicamente por todo apoio, carinho, amor e força que Antonio Lino dedicou nesses 15 dias que passou ao lado do Marcos. Juntos, transpuseram barreiras. Antonio Lino partilhou com a família a serenidade de que Marcos precisava. Todos aprendemos muito com ele e guardamos nossa eterna gratidão).
Além da disposição dessa turma toda para o cuidado, cada um que chega traz novos apetrechos para melhorar o conforto e o bem-estar do Marcos. São algumas coisas que percebemos que podem fazer diferença. O Alexandre, por exemplo, trouxe um monte de almofadas de apoio e um colchão anti-escaras super moderno: o colchão tem até motor! Trata-se de um compressor de ar, que enche e esvazia camadas de ar, de maneira alternada, do estofado sobre o qual Marcos fica deitado. Esse colchão favorece a circulação sanguínea e diminui o risco de aparecerem feridas pelo corpo.
Além disso, Marcos também está ganhando bons cafunés: arrumamos um mini-massageador que temos usado na cabeça, pescoço e nos ombros. É bem leve e dá uma boa relaxada. Ele adora o aparelhinho. Juntando com o colchão motorizado, é massagem 24 horas por dia!
(Importante lembrar que todos esses acessórios médicos, além da contratação dos técnicos de enfermagem e da estadia dos acompanhantes em Santarém, tudo, sem exceção, está sendo viabilizado pelas doações que vem sendo feitas pelos parentes e amigos. Isso tem feito toda a diferença. O Marcos e toda a família, mais uma vez, agradecem).
O quadro de melhorias é promissor. Por conta dos recentes avanços, o médico responsável pelo caso do Marcos, o Dr. Erik Jennings, já acionou a burocracia do Hospital para começar a bater carimbo na papelada referente à sua transferência para São Paulo. Já existe uma vaga no Hospital e Centro de Reabilitação Lucy Montoro garantido, esperando pelo Marcos. O transporte aéreo também está sendo providenciado. Se tudo correr bem, nos próximos dias teremos uma definição mais precisa (quem sabe até uma data) sobre este tão aguardado retorno.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
A fortaleza
Desde a cirurgia no dia 03 de janeiro, Marcos Alencar vem se recuperando de forma lenta mas progressiva, sem maiores recaídas.
Na semana passada, por exemplo, ele ainda tinha muita dificuldade para engolir a própria saliva. Anteontem, no entanto, ele comeu frutas e tomou sopa. Tudo isso é para se comemorar: um gole refrescante de água gelada. Um bocejo grande e sem dor. Uma boa hora de sono... Com pequenas façanhas como estas, diariamente, Marcos vai conquistando aos poucos a sua recuperação.
Neste momento, a batalha se desenrola principalmente em 3 frentes:
O primeiro desafio hoje é ampliar a capacidade respiratória do Marcos, ajudando-o a expelir a secreção que insiste em se formar nos seus pulmões. Para isso, estão sendo realizadas 3 sessões diárias de fisioterapia que, entre outros benefícios, ajudam a fortalecer a musculatura toráxica comprometida por conta da lesão na medula. Os resultados já estão aparecendo: o chiado no peito do Marcos diminuiu significativamente nos últimos dias. Hoje de manhã, pela primeira vez, ele nos disse que sentia as vias respiratórias totalmente desobstruídas (torçamos para que essa condição se mantenha de agora em diante). Com mais conforto para respirar, o Marcos tende a dormir melhor (depois da operação ele ficou sete dias seguidos sem pregar os olhos!). O descanso traz mais força, mais energia, e as melhorias vão acontecendo assim, em cadeia: um avanço leva à outro.
A segunda frente de batalha é o controle das infecções hospitalares, em especial a pulmonar e a urinária. Os médicos estão atentos. Ele já vai completar 2 semanas de internação. E, por enquanto, tudo segue bem. Os antibióticos estão dando conta do recado.
A outra bola da vez é uma ferida que apareceu no cóccix do Marcos, por conta do tempo que ele fica deitado. Ontem ele passou por um procedimento cirúrgico para limpar o machucado e, a partir de agora, ele trocará de posição a cada 2 horas para que a ferida possa cicatrizar e para que não se formem novas escaras.
Ontem, numa boa conversa de corredor, o atencioso Dr. Erik Jennings, neurocirurgião que operou o Marcos, mostrou-se otimista com o processo de recuperação e estimou que num período entre 2 e 4 semanas, se tudo correr sem imprevistos, ele estará em condições de voltar para São Paulo.
Enquanto o Marcos não vai, a família é que vem: ontem foi a vez da sua irmã, Marta, aterrisar em Santarém. O pai, Rui Alencar, e o irmão, Ricardo, já estavam aqui junto com a Barbara, esposa, e o Antonio Lino, um grande amigo. Agora, já somos 6 (contando com o competente enfermeiro Thiago Braga). Uma equipe muito bem gerenciada pela pessoa mais importante nessa história toda: o próprio Marcos.
A postura dele tem sido exemplar. O corpo pode estar debilitado, mas a cabeça, em compensação, preserva uma lucidez admirável. Ele participa de todas as decisões, orienta os procedimentos diários da enfermagem e organiza as escalas da equipe, que tem se revezado em duplas, para ficar com ele 24 horas por dia.
Desde o início, Marcos nunca deixou de se esforçar. Nós aqui, em volta do leito, vamos nos alimentando dessa energia, dessa firmeza. Cada dia é uma comprovação de que ele não é grande apenas por causa do seu respeitável um metro e noventa: sua envergadura transcende o corpo. É uma grandeza da vontade, do espírito. Para além das aparências, em todos os sentidos, Marcos vem nos mostrando a fortaleza que ele realmente é.
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